Carrapato
A febre maculosa (FM) é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida por carrapatos, de gravidade variável, que pode cursar com formas leves e atípicas até formas graves com elevada taxa de letalidade. Doença de notificação compulsória (Portaria MS 204/2016), a FM tem relevante interesse para saúde pública por apresentar elevada letalidade e acometer a população economicamente ativa (MS, 2014).
Por ser uma doença sistêmica, a febre maculosa pode apresentar um curso clinico variável, desde quadros clássicos a formas atípicas sem exantema.
O inicio costuma ser abrupto e os sintomas são inespecíficos de inicio (febre, em geral alta; cefaleia; mialgia intensa; mal-estar generalizado; náuseas; vômitos).
A forma mais prevalente e reconhecida da doença no Brasil é a Febre Maculosa Brasileira causada pela bactéria Rickettsia rickettsii transmitida pelo carrapato Amblyomma cajennese. Nesse ciclo há o envolvimento de animais como cavalos, capivaras (Hydrochaerus hydrochaeris) e gambás (Didelphis sp) servindo esses como amplificadores naturais das riquétsias, assim como transportadores de carrapatos potencialmente infectados.
No Rio Grande do Sul (RS) até o momento não há registro da ocorrência de Amblyomma cajennese (carrapato-estrela), principal vetor da febre maculosa no país. Entretanto, a doença é diagnosticada no Estado com o envolvimento de outras espécies de carrapatos, assim como de outras variantes e/ou tipos de bactérias que causam a doença, como Amblyomma ovale e Amblyomma tigrinum.
O primeiro caso de FM no Estado ocorreu no ano de 2005. Desde então outros casos foram confirmados. Investigando os casos descobriu-se que existe forte relação ao comportamento humano de caça e atividades de ecoturismo e, ainda, de cães e gatos que ao circular nas matas adjacentes as residências acabam por carrear para dentro de casa carrapatos típicos da fauna silvestre. Recentemente, em Rosário do Sul, foi descoberta encontrada uma bactéria da qual não havia registros para o Brasil (Rickettsia parkeri) no carrapato Amblyomma tigrinum, o que demostra claramente a circulação de diferentes patógenos na região sul do país com risco a saúde publica.
No Rio Grande do Sul (RS) até o momento não há registro de ocorrência de Amblyomma cajannese, principal vetor da febre maculosa no país. Entretanto, a doença é diagnosticada no Estado com o envolvimento de outras espécies de carrapatos, assim como de outras variantes e/ou tipos de bactérias que causam a doença, como Amblyomma ovale e Amblyomma tigrinum, o que demonstra claramente a circulação de diferentes patógenos na região sul do país com risco a saúde pública.
Notificação
Todo caso suspeito de febre maculosa requer notificação compulsória e investigação, por se tratar de doença grave. Um caso pode significar a existência de um surto, o que impõe a adoção imediata de medidas de controle.
A notificação da febre maculosa deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, através do preenchimento da Ficha de Investigação de Febre Maculosa.
2018 - Guia de Vigilância Acarológica: vetores e hospedeiros da febre maculosa e outras riquetsioses no Rio Grande do Sul
Ficha para coleta e identificação de carrapatos (WORD)
Ficha para coleta e identificação de carrapatos (PDF)
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